SACERDÓCIO NO DESERTO

Amados Graça e Paz sei que essa é minha segunda postagem mas dessa vez resolvi postar uma palavra que foi dada ao meu pai e poder compartilhar aquilo que Deus ministra a cada um de nós...




Sacerdócio no Deserto

Pr. Julio César Sampaio de Abreu

Todos conhecemos a expressão estou num deserto, para descrever uma crise; e nós, pastores, também. A imagem do deserto é associada ao vazio, à peregrinação de quem anda em círculos. É um período em que se está sem direção, sem saber para onde ir ou como chegar aonde se deseje. Entende-se por um tempo de privações e solidão. Tempo de perigos, perseguições, de fome e sede. Há um clamor, mas parece não haver fé. Então, surgem as perguntas: O que estou fazendo aqui? Por que saí de onde estava? Por que fizeram isso comigo? Sou teu servo, um pastor, um sacerdote, e agora?... Entre razões, os sentimentos são de que Ele nos enviou ao deserto para ser provados e do céu nos contempla, distante, aguardando nossa reação. Não é assim. Deus não abandona ninguém no deserto. Nunca. Ele vai primeiro, e depois, preparando as condições do lugar, de lá, para Si nos atrai.

Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. (Oséias 2.14)

O que conduz um pastor a um lugar que aparentemente nada oferece de bom e o leva a sair de sua zona de conforto para enfrentar riscos, seguir por estradas que não conhece e não querer abandonar o caminho, mesmo quando tudo parece ser errado, é a natureza de servo. O que é servo, enxerga algo que sabe ser melhor e maior que o próprio deserto, que do meio dele o chama, e responde: eis aqui. Quando um sacerdote entra no deserto é porque o Senhor o atraiu para lhe falar ao coração. Para ter intimidade com ele. Para nos ensinar algo e compartilhar Seus segredos. Para que longe do ativismo e de nós mesmos, dependamos Dele, e na quietude do deserto nos esvaziar, restaurar e ser, novamente, cheios de azeite e vinho novo. No paradoxo do deserto, Ele nos concede graça. Ele se deixa ver. Declara seu amor eterno por nós. Com benignidade que nos atai. É Jesus quem como noivo, chama sua Igreja, sua noiva e diz: Vem! Ele promete, no deserto, nos edificar, frutificar, prosperar, adornar e trazer de volta os cânticos de alegria. (Jr 31.1a13) Esse cuidado do Pai e do pastor Jesus se dá e deve se reproduzir, na medida em que somos chamados ao sacerdócio para cuidar uns dos outros em amor fraternal e na mesma figura paterna. Mas, para muitos, o perfil do pastor, bem sucedido, do que Deus aprova, é mais a de executivo e empreendedor do que pai. O perfil é daquele com estacas em um lugar. Uma base bem definida em que todos sabem quem é e quem manda. Ele chega a uma jovem comunidade, conquista a praça, e juntos estabelecem sua marca. Para os tais, o bom sacerdote, tem endereço fixo, carro do ano, respeitável conta bancária, a agenda ocupada, fotos e livros publicados, presidência de instituições, títulos de honra e mérito, banda com CDs gravados, empresários, artistas, atletas e políticos no rebanho, a construção de templos e algum milagre na bagagem. Parece ser esta a prosperidade divina, almejada. Os pastores sem fama e sem status, ou das pequenas igrejas nas periferias das capitais ou nas zonas rurais, fazendo missões como peregrinos são, só, pastores. São respeitados, mas não recebem convites para pregarem nos congressos das novas catedrais. “São bons homens de Deus, mas não como nós.” Dizem.

Quantos, hoje, porém, dentre os grandes, em obediência a Deus, têm a coragem de deixar um trabalho próspero como o de Filipe em Samaria, descer para o deserto, pregar para um Ministro de Estado e não fazê-lo membro de sua igreja, nem voltar para ela; e começar um novo ministério em outro lugar? Coragem para obedecer! O desafio, a renuncia e sacrifício próprios, surgem em todas as áreas de nossas vidas. O apóstolo Paulo, também não se enquadraria neste modelo de pastor ideal; e nem seria considerado apóstolo, se comparado aos novos apóstolos. Em cada partida sua, e mudança para uma nova cidade, igreja, havia a perda que a distância impunha, mas ficava o ganho pelo real valor da obra de Deus: vidas transformadas e edificadas em cada lugar, que conservavam nas memórias de seus corações, a passagem doadora de seu pastor, amigo, irmão e pai. Paulo não tinha raízes, era um peregrino na terra como disseram o salmista Davi, o escritor aos Hebreus e seu colega, o pastor Pedro. (Sl 119.19) (Hb 11.13) (1Pe 2.11)

Com um discurso de fé vitoriosa, ouve-se a apologia à tomada de territórios, bens, posições; tudo o que tenha valor mensurável, que seja palpável, uma moeda negociável e referência de poder temporal. Deus não mede assim. Estabilidade, segurança, crescimento e reconhecimento, são valores que nossa alma tem direito. O problema surge no preço que nos dispomos a pagar ou deixar de pagar para obtê-los. Tem havido uma busca insaciável, consumista e materialista que nunca se contenta com o necessário e convém. A fé se torna uma ferramenta obsessiva e possessiva por coisas, que se não alcançadas resultam em frustração e depressão, ou ambição ainda mais inconseqüente. Os meios de comunicação vendem a idéia de que só podemos ser felizes e bem sucedidos se conquistarmos tudo o que desejamos; e esta visão distorcida tem corrompido aos valores intelectuais, morais e espirituais do sacerdócio levando-nos às conformações do amor do mundo. Podemos comer do melhor da terra, mas não somos dela e nem ela é digna de nós se não for sarada. Nossa morada final não é aqui. Quando os valores passageiros tornam-se tão importantes que priorizam nossas ações, precisamos rever no que nos tornamos. O apego desmedido às coisas materiais e àquelas que Deus não separou para nós é uma armadilha; e os que a elas buscam nunca se satisfazem, nunca se aquietam, não acham paz.

Atraídos ao deserto, ficamos ligados àquele que nos atraiu. Ficamos presos por laços de amor numa cadeia inquebrável e inseparável. Tornamo-nos Dele e Ele se faz nosso. Onde estivermos, Ele estará; e para onde Ele for, ali nos levará. A Filemom, Paulo fala de alguém gerado em algemas; um filho que quisera ter consigo: Onésimo; que de escravo do diabo e dos homens, tornou-se, na prisão, livre. Fala de ser prisioneiro de Cristo e fala dos irmãos, companheiros, prisioneiros voluntários ao seu lado. Vidas valiosas, sentidas e tocadas, que tinham nome, identidade e sonhos pessoais compartilhados nos sonhos comuns. Tal descrição nos ensina que as cordas que prendem e conservam um verdadeiro discípulo de Deus ao Sacerdócio no Deserto, são as cordas de amor que levaram o soberano Senhor a se humilhar em Cristo e se curvar diante de nós. Se O conhecemos em sua presença amorosa e fiel, podemos suportar qualquer situação e lugar. (Os 11.4)

O caminho do deserto é difícil, mas leva a um lugar de vitória. Moisés, salvo do Nilo, crescido na casa de faraó, achou-se no deserto, e passaram-se 40 anos para que estivesse pronto para ouvir a voz de Deus no monte Horebe. Uns 400 anos mais tarde, Elias, foge pelo deserto por 40 dias, depois de uma experiência de poder, até que no monte Horebe ao ouvir a voz de Deus, toma consciência de que não estava só, e dá um fim ao seu lamento. Jesus, após o batismo no Jordão, passou 40 dias e noites no deserto, tentado pelo diabo. Dizem os Evangelhos que Ele foi levado e guiado pelo Espírito Santo, para e durante este tempo. Depois do deserto, numa ocasião especial, Jesus subiu a um monte com três discípulos para falar com o Pai. Ali, a glória de Deus o cercou. Então, dois outros homens foram reconhecidos conversando com Ele: Moisés e Elias. Os mesmos que foram atraídos ao deserto, e encontraram no monte Horebe que nele estava: a vocação de Deus. Agora, ambos viam o Messias, face a face. Aquele por quem conduziram suas vidas, pela fé, com honra os recebia ali. No meio do deserto está o monte da glória de Deus.

Aos sacerdotes, que cruzam os desertos, guiados pelas mãos do Senhor de toda terra, a promessa é de se ter em seu interior um manancial de águas vivas. O derramar do Espírito e da Sua bênção sobre sua descendência. A promessa, não é de ser levado a um oásis, um jardim; mas de te tornar este jardim regado e fechado, junto Dele e para Ele. Um jardim que revela Sua presença em nós, de modo que qualquer caminhante que seja atraído ao deserto, encontrará O Senhor em seu jardim: Em tua vida. Em teu Sacerdócio no Deserto. (Is 44.1a 5; 58.11) (Ct 2.10 a14; 5.1; 7.13; 8.13) Creia sempre. Nunca desista.

"Deus quer nos contar segredos..."

Comecei a fazer esse Blogger há um bom tempo e ficava adiando o que postar na primeira vez. Mas hoje, desde cedo uma palavra esta muito forte em meu coração...

" Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes."Jeremias 33:3.

Como todos sabemos é um texto já bem conhecido e sabemos também que a palavra do SENHOR se renova a cada dia, e não foi diferente. Deus quer nos contar segredos; quando Sua palavra diz "Clama a mim..." Ele nos chama e diz chega mais, deixa eu me aproximar de você "...e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes." Tenho algumas respostas para suas dúvidas e muitas coisas para te contar que ainda não sabes, mas você tem que chegar bem pertinho...."

Deus quer que sejamos amigos D'Ele, já ouvimos isso tantas vezes e ficamos só em teoria, devemos como Jó reconhecer dependência de Deus e dizer que devemos conhece-lo ...não só de ouvir falar , mas agora de estar e andar com ELE.....
Isso é lindo demais é sobrenatural, sermos conhecidos como AMIGOS DE DEUS é uma comunicação direta do coração de Deus para como o seu e o meu coração, da mesma forma que Ele compartilhou com Abraão qual seria a dor de entregar seu único filho por amor, pois Deus precisava de amigo para desbafar de algo que ELE sabia que estava por vir. Mas essa fica para outra postagem falarmos sobre isso. Que tal sermos amigos de DEUS agora? Pense nisso...

Obrigado a todos,

Graça e Paz e até a próxima.

Filipe Abreu.

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